"A objeção, o desvio, a descofiança alegre, a vontade de troçar são sinais de saúde: tudo o que é absoluto pertence à patologia"
Friedrich Nietzsche

terça-feira, outubro 05, 2010

calcificação distrófica e metastática









A calcificação distrófica é mais freqüente que a metastática e ocorre de maneira mais localizada nos tecidos conjuntivos fibrosos hialinizados em lenta e prolongada degeneração, como na parede de vasos esclerosados (ex: placas ateromatosas antigas e esclerose medial de Monckeberg nas artérias uterinas de mulheres idosas - Fig. 5.2), em tendões, em válvulas cardíacas, e em alguns tumores (ex: leiomiomas uterinos, meningiomas, carcinomas mamários e papilares da tireóide e do ovário).  
A calcificação distrófica ocorre também nas áreas de necroses antigas e não reabsorvidas, como na linfadenite caseosa da tuberculose (Fig. 5.3), nos infartos antigos, ao redor de parasitas e larvas mortas, na necrose enzimática das gorduras da pancreatite, nos abscessos crônicos de difícil resolução e em trombos venosos crônicos (flebólitos). Em órgãos tubulares (ductos e vesículas), a calcificação pode envolver núcleos orgânicos de debris e células descamadas permitindo a formação de cálculos.



Enquanto a Calcificação distrófica ocorre mais localizadamente, a Calcificação metastática atinge principalmente o estroma dos rins e pulmões, o estômago, o coração, a parede das artérias e a córnea. Aparentemente o pH alcalino ao longo das membranas basais dos vasos desses órgãos favorecem a precipitação dos sais.
A área calcificada, quando macroscopicamente visível, mostra nódulos parenquimatosos freqüentemente palpáveis, de consistência firme, pétrea ou arenosa, resistentes ao corte, com coloração brancacenta ou acinzentada. À tentativa de secção, a faca "range" ao corte. São radio-opacos ao raio X.
À microscopia óptica verifica-se acidofilia inicial, com aparecimento de grumos basófilos irregulares (muitas vezes confundidos com bactérias) que confluem ou crescem formando grânulos maiores, às vezes fragmentados devido à microtomia. Pode ocorrer também a formação de lamelas de deposição concêntricas caracterizando os chamados "corpos psamomatosos". A coloração é azul escuro ou roxo, nas colorações de HE, vermelho-escarlate à alizarina Vermelha S de Langeron (mais específica para cálcio) e negro à coloração de Van Kossa (impregnação com nitrato de prata, que detecta fosfatos, inclusive o de cálcio).
À microscopia eletrônica o cálcio é melhor evidenciado utilizando-se o piroantimonato de potássio, que produz precipitados eletrodensos com o cálcio, tornando-o facilmente evidenciável ao nível ultraestrutural. Sem dúvida, tais precipitados inicialmente são vistos predominantemente nas mitocôndrias e nas vesículas da matriz das membranas.

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